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O governo federal enviou, até o momento, quatro aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) para repatriar brasileiros que tentam sair de Israel após o ataque surpresa do grupo extremista Hamas, no último fim de semana. A expectativa do Executivo é retirar, até domingo (15/11), 905 brasileiros que estão na área de conflito.
O primeiro voo com brasileiros repatriados deixou Tel Aviv, capital de Israel, no início da tarde dessa terça-feira (10/10), e chegou ao Brasil na madrugada dessa quarta-feira (11/10). A aeronave KC-30 pousou no Aeroporto Internacional de Brasília com 211 passageiros.
A segunda aeronave tem previsão para aterrissar no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, mais conhecido como Galeão, no início da madrugada desta quinta-feira (12/10), com 214 brasileiros resgatados.
O terceiro avião, um KC-390, decola de Tev Aviv às 17h desta quinta, tem a primeira escala em Recife, capital de Pernambuco, na manhã de sexta-feira (13/10), e segue para o Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. A previsão é de que 60 brasileiros retornem ao país nesta aeronave.
A quarta aeronave deve deixar Tel Aviv no início da noite de sexta. A previsão é de que ela chegue ao Brasil no fim da noite de sábado (14/10), por meio do Galeão, com 210 brasileiros.
A quinta decola de Tel Aviv no fim da tarde de sábado e chega ao Brasil no fim da noite de domingo, também pelo Galeão, com 210 passageiros.
O ministro da Defesa, José Múcio, informou que a ordem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é de repatriar todos os brasileiros que demonstrarem interesse em sair da região de conflito.
“Vamos trazer todos os brasileiros que estão na região. O Itamaraty já está fazendo contato com países vizinhos para ver se nós deslocamos os outros que estão no entorno”, destacou o ministro.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores, cerca de 14 mil brasileiros vivem em Israel e outros 6 mil na Palestina. Ainda de acordo com a pasta, quase 3 mil pessoas oriundas do Brasil pediram para serem repatriadas desde o último sábado (7/10).
O governo federal também pretende repatriar os brasileiros que estão na Faixa de Gaza, principal alvo das Forças Armadas de Israel na tentativa de aniquilar o Hamas.
A Faixa de Gaza ocupa uma área de 365 km² dentro do território de Israel e faz fronteira com o Egito, por meio da península do Sinai. No local vivem, aproximadamente, 2 milhões de palestinos em situação de crise humanitária.
Em meio à contraofensiva do governo de Israel, o ministro da Defesa israelense determinou o corte do envio de alimentos e água para a região. A medida agravou ainda mais a situação de vulnerabilidade da Faixa de Gaza.
A retirada dos brasileiros da área é intermediada pelo Escritório de Representação do Brasil em Ramallah, na Cisjordânia, e pela Embaixada do Brasil no Egito.
A princípio, 28 brasileiros que estão na Faixa de Gaza pediram para serem repatriados, no entanto, dois desistiram de voltar para o Brasil. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, há sete mulheres, seis homens e 15 crianças no local.
O conflito entre Israel e Palestina é uma das questões de geopolítica mais complexas, uma vez que o confronto entre os dois povos é histórico. Todavia, a história mais recente da questão faz alusão à criação do Estado de Israel, em 1948, por meio de uma determinação da Organização das Nações Unidas (ONU).
No entanto, a criação de Israel foi vista como prejudicial para os palestinos, uma vez que o território foi delimitado sem uma solução pacífica com os árabes que viviam na região. Desde então, israelenses e palestinos travam um longo conflito.
Em mais um capítulo dessa questão histórica, o Hamas realizou o maior golpe contra o território de Israel no último sábado. A ofensiva deixou centenas de israelenses mortos e outros milhares feridos. Além disso, o grupo islâmico fez dezenas de reféns, entre civis e militares.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou guerra ao grupo e montou um “governo de guerra” para adotar medidas cada vez mais contundentes contra o Hamas.
A contraofensiva de Israel deixou ao menos 900 mortos na Faixa de Gaza, segundo informações do Ministério da Saúde palestino.
O presidente Lula defendeu “intervenção humanitária internacional” e cessar-fogo na região. Atualmente, o Brasil preside o Conselho de Segurança da ONU.