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São Paulo — Cerca de 338 mil imóveis da cidade de São Paulo e da região metropolitana entram, nesta terça-feira (15/10) no quarto dia seguido sem luz — e alguns também sem água —, após o temporal que atingiu o estado na última sexta-feira (11/10). Os números foram confirmados pela Enel, empresa distribuidora de energia elétrica
A capital paulista foi o município mais afetado, principalmente na zona sul. Moradores chegaram a fazer protestos nas ruas, com bloqueio de vias e panelaço, para cobrar o retorno da energia elétrica.
Jabaquara, Santo Amaro, Pedreira e Campo Limpo, todos na zona sul, estão entre os bairros mais afetados no momento. Outras cidades prejudicadas com a falta de luz na Grande São Paulo são: Cotia, Taboão da Serra e São Bernardo do Campo.
O apagão ainda afetou o abastecimento de água em diversas regiões. O último balanço divulgado pela Sabesp mostra que parte dos bairros Cidade Júlia e Parque do Lago, ambos na zona sul paulistana, estavam sem água na noite dessa segunda-feira (14/10). Vista Alegre, em Embu das Artes, e Casa Grande, em Diadema, também sofrem com o desabastecimento de água.
O nome mais falado nos últimos dias pelas autoridades e pela população paulista é o da distribuidora de energia elétrica Enel. Pressionada até pelo governo federal, a concessionária prometeu que a situação estará totalmente normalizada até a próxima quinta-feira (17/10).
O prazo foi determinado pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, após reunião com o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa. “Eu disse à Enel que ela tem os próximos três dias para resolver os problemas de maior volume, ou seja, ela só vai poder, ao fim desses três dias, apresentar, se necessário, questões pontuais de locais onde ela não consegue ter acesso com um fato”, afirmou Silveira, na manhã dessa segunda-feira.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou que a Controladoria-Geral da União (CGU) faça uma auditoria no processo de fiscalização da Aneel em relação ao apagão em São Paulo.
O ministro da pasta, Vinicius Carvalho, disse que houve falhas no serviço prestado pela Enel e que vai cobrar ressarcimento dos prejuízos causados à população paulista.
Já o advogado-geral da União (AGU), Jorge Messias, afirmou que o governo avalia entrar com uma ação por dano moral coletivo contra a Enel pela falta de resposta da empresa aos efeitos do temporal.
A Enel recebeu reforço de eletricistas de concessionárias de outros estados, além de recrutar funcionários de suas unidades do Chile, Itália, Espanha e Argentina. A força-tarefa é composta pela CPFL, EDP, ISA CTEEP, Eletrobras, Light e Energiza.