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“Meu desejo é levar o corpo dele para que a família possa se despedir com dignidade. Eu o acompanhei até o último batimento dele. Agora, quero levá-lo ao Brasil para a mãe dele se despedir”, conta Jennyfer Ketlyn dos Santos, de 24 anos. Ela é esposa do brasiliense Cristopher de Carvalho Guedes, morto aos 26 anos, na Inglaterra, na quinta-feira (12/10), depois de ser atingido por carro de polícia que furou um sinal vermelho.
De acordo com a mulher, a família está de mãos atadas em relação ao translado do corpo, que pode demorar até quatro semanas para ser liberado. As autoridades britânicas também não repassaram informações sobre o andamento das investigações. “Inclusive, não conseguimos ter acesso ao telefone dele, onde as senhas das contas bancárias estavam salvas. O Cristopher era o responsável pela nossa vida financeira aqui em Londres”, afirma Jennyfer.
A mulher considera que ter se casado com o jovem foi uma das coisas mais importantes de sua vida, porque ele era “a alegria do local, deixando a marca dele com as brincadeiras”. A família planeja trazer o corpo de Cristopher de volta ao Brasil para enterrá-lo no país de origem. No entanto, o traslado do corpo custa 17 mil libras — o equivalente a R$ 102 mil. Impossibilitados de pagar esse valor, parentes do motociclista criaram uma vaquinha a fim de arrecadar o dinheiro necessário para os procedimentos.
“Vamos voltar para o Brasil. Meu desejo é sair o mais rápido possível daqui com ele. Infelizmente, não vai ser da forma como gostaríamos. O Cristopher já queria visitar a família”, relembra a viúva.
O Itamaraty informou que acompanha o caso. Por meio do Consulado-Geral do Brasil em Londres, a repartição mantém contato com as autoridades locais competentes para apurar as circunstâncias da morte. Além disso, o ministério afirma que vem prestando assistência consular aos familiares.
“Em caso de falecimentos de cidadãos no exterior, os consulados brasileiros poderão prestar orientações gerais aos familiares, apoiar seus contatos com o governo local e cuidar da expedição de documentos, como o atestado consular de óbito, tão logo terminem os trâmites obrigatórios realizados pelas autoridades locais. O traslado dos restos mortais de brasileiros falecidos no exterior é decisão da família”, indicou o órgão.
No último domingo (15/10), amigos e familiares de Cristopher realizaram um protesto no Gama, onde o jovem nasceu. Irmã da vítima, Thaisa de Carvalho Guedes, 31 anos, comenta que a manifestação foi uma forma de chamar a atenção dos governantes para que dessem o apoio e a orientação necessários.
Veja:
“Depois da manifestação, tivemos contatos de autoridades. A gente está em busca de chegar em mais pessoas para poder ter essa resposta, esse apoio. E a manifestação em si não foi para pedir dinheiro para o governo, né? Que a gente quer que o governo peça uma urgência na liberação do corpo do meu irmão, para que a gente consiga trazer ele o quanto antes para o Brasil”, ressalta.